Mesmo com a falta de insumos e atendendo as medidas sanitárias de combate a covid-19, fabricantes do Polo Industrial de Manaus aceleram ritmo para contemplar a demanda

As fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) registraram o melhor desempenho do ano pelo segundo mês consecutivo. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, em outubro foram produzidas 98.330 bicicletas. O volume é 10,2% superior ao registrado em setembro do presente ano (89.209 unidades) e 15,5% menor ante as 116.301 unidades produzidas no mesmo mês de 2019. 

No acumulado de janeiro a outubro, a produção totalizou 562.224 unidades, correspondendo a uma retração de 31,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (820.040 unidades).

“A falta de insumos é o nosso principal gargalo. Estamos enfrentando falta de alguns componentes como sistemas de freios e de transmissões, por exemplo, que impossibilitam dar conta da demanda”, afirma o vice-presidente do segmento de Bicicletas, Cyro Gazola. O executivo explica que muitos fornecedores globais de componentes não conseguem atender aos pedidos crescentes vindos de vários países.  “Isso tem gerado dificuldade na montagem e, consequentemente, a falta de alguns modelos no mercado”, afirma.

Gazola enfatiza que as empresas associadas à Abraciclo estão concentrando esforços para suprir o mercado o mais rápido possível, mas alerta que a normalização do abastecimento deverá acontecer apenas em meados de 2021.

METAS REVISADAS

A forte reação da indústria de bicicletas desde o retorno das atividades fabris, no entanto, não será suficiente para o setor alcançar os patamares esperados para este ano no período pré-pandemia. Isso levou a Abraciclo a revisar recentemente suas projeções para 2020.

A produção estimada para este ano é de 736.000 mil bicicletas, o que representa uma queda de 20% na comparação com o resultado de 2019 (919.924 unidades). A estimativa anterior, apresentada em janeiro, no período anterior à crise da covid-19, era de 987.000 unidades.

NOVAS PROJEÇÕES DE PRODUÇÃO DE BICICLETAS
POR CATEGORIAS – PIM
CATEGORIASREALIZADO 2019NOVA PROJEÇÃO 2020VARIAÇÃO (%)VARIAÇÃO UNIDADES
MTB436.795405.000-7,3%-31.795
URBANA/LAZER337.849225.000-33,4%-112.849
ELÉTRICA2.9588.000271,9%5.042
ESTRADA9.10210.00020,9%898
INFANTO JUVENIL133.22088.000-33,9%-45.220
TOTAL919.924736.000-20,0%-183.924

Fonte: Associadas da Abraciclo

RESULTADOS POR CATEGORIA

Os principais destaques em outubro foram as categorias Urbana/Lazer e Mountain Bike (MTB). A primeira foi a que registrou o maior aumento percentual, de 16,9%.  Foram produzidas 38.082 unidades ante 32.588 registradas em setembro.

Já a MTB alcançou o melhor resultado em números absolutos, com a fabricação de 46.303 bicicletas. O volume é 6,3% maior na comparação com setembro (43.567 unidades) e 10,6% inferior ante as 51.818 produzidas em outubro do ano passado.

Confira a seguir o comparativo de produção por categoria:

COMPARATIVO DE PRODUÇÃO DE BICICLETAS POR CATEGORIAS MENSAL
PIM
CATEGORIASoutubro/19setembro/20outubro/20(outubro/20) / (outubro/19)(outubro/20) / (setembro/20)
MTB51.81843.56746.303-10,6%6,3%
URBANA/LAZER39.08432.58838.082-2,6%16,9%
ELÉTRICA4393974635,5%16,6%
ESTRADA920558578-37,2%3,6%
INFANTOJUVENIL24.04012.09912.904-46,3%6,7%
TOTAL116.30189.20998.330-15,5%10,2%

Fonte: Associadas da Abraciclo

A MTB liderou ainda o ranking das categorias mais produzidas no acumulado do ano, com 298.560 unidades e 53,1% de participação. Em segundo lugar, ficou a Urbana/Lazer (195.329 bicicletas e 34,7% de participação). Na sequência vieram, pela ordem, a Infantojuvenil (56.884 unidades e 10,1% de participação), Estrada (7.659 unidades e 1,4% de participação) e Elétrica (3.792 unidades e 0,7% de participação).

DISTRIBUIÇÃO POR REGIÃO

A região Sudeste foi a que mais recebeu bicicletas fabricadas pelo Polo Industrial de Manaus em outubro. No total, foram 57.703 unidades, correspondendo a um aumento de 35% na comparação com setembro do presente ano (42.754 unidades) e redução de 11,2% em relação a outubro de 2019 (64.960 bicicletas).

Em segundo lugar ficou a região Sul, que recebeu 19.298 bicicletas. Esse volume correspondeu a uma queda de 14,7% na comparação com setembro (22.613 unidades) e de 31,9% ante as 28.323 bicicletas registradas no mesmo mês do ano passado.

Na sequência do ranking, veio a região Nordeste, com 13.676 bicicletas. Na comparação com setembro (15.130 unidades), houve retração de 9,6% e em relação a outubro do ano passado (14.544 bicicletas), a queda foi de 6%.

Em seguida, ficou com a região Centro Oeste que recebeu 4.439 unidades, redução de 3,7% na comparação com setembro do presente ano (4.610 bicicletas) e de 24,7% em relação a outubro de 2019 (5.894 unidades).

A região Norte ficou com 3.214 bicicletas. Esse volume foi 21,6% menor ante as 4.102 unidades registradas em setembro e 24,6% maior na comparação com outubro do ano passado (2.580 unidades).

Essas posições foram mantidas no ranking do acumulado do ano. A região Sudeste recebeu 301.232 bicicletas, o que representa 53,6% do total distribuído. Na sequência, vieram as regiões Sul (109.456 unidades e 19,5% do volume total), Nordeste (87.275 unidades e 15,5%), Centro Oeste (36.251 e 6,4%) e Norte (28.010 e 5%).

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

De acordo com dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, em outubro, foram importadas 1.717 bicicletas em todo o território nacional. Na comparação com setembro, houve redução de 74,8% (6.819 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda foi de 81,7% (9.392 bicicletas).

A maioria das bicicletas veio da China. Foram 1.499 unidades, correspondendo a 87,3% do total importado. O segundo e terceiro lugares do ranking também foram ocupados por países do continente asiático: Vietnã (113 unidades e 6,6% de participação) e Taiwan (50 unidades e 2,9% de participação).

De janeiro a outubro, as importações totalizaram 44.518 bicicletas, volume 15,8% inferior ante as 52.889 unidades registradas no mesmo período de 2019.

A China representou o principal parceiro comercial no acumulado do ano, com 31.839 unidades e 71,5% do volume total importado. Em segundo lugar, ficou Taiwan (7.127 bicicletas e 16% do total importado), seguido pelo Vietnã (2.867 unidades e 6,4%).

        Em outubro, as exportações em todo o território nacional somaram 970 bicicletas. Segundo dados do portal Comex Stat analisados pela Abraciclo, houve aumento de 10,7% na comparação com setembro (876 unidades) e de 110,9% em relação a outubro do ano passado (460 bicicletas).

        O principal destino foi o Paraguai, que recebeu 353 bicicletas, correspondendo a 36,4% do volume total exportado. O Equador ficou em segundo lugar (305 unidades e 31,4% do total exportado), seguido pelo Uruguai (270 bicicletas e 27,8%).

        No acumulado do ano, as exportações de bicicletas somaram 11.063 unidades, recuo de 0,5% em relação ao mesmo período de 2019 (11.115 unidades).

        O primeiro lugar no ranking de janeiro a outubro ficou com o Paraguai, com 5.992 unidades e 54,2% do volume exportado. Em seguida, vieram Uruguai (2.136 bicicletas e 19,3% do total exportado) e Bolívia (1.674 unidades e 15,1%). 

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