Setor em geral segue com resultados globais 5,5% negativos diante do 1º. Quadrimestre de 2019, quando foram comercializados 1.244.084 veículos novos. Se considerados apenas os automóveis, a queda, no mesmo comparativo, chegou a mais de 32%, saindo de 685.820 unidades, emplacadas de janeiro a abril de 2019, para 463.968 comercializadas em igual período de 2023.
Segundo a FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, entidade que representa mais de 7,3 mil Concessionárias no Brasil, a queda dos emplacamentos de veículos sobre 2019 reflete a realidade do mercado atual, afetado, entre outras razões, pelo aumento das taxas de juros para financiamentos, restrição de crédito, queda do poder de compra dos consumidores e, consequentemente, da demanda. “Apesar do aumento percentual de emplacamentos no
1º. quadrimestre de 2023 sobre igual período de 2022, isso não representa motivos de comemoração, no caso de automóveis, pois ainda estamos mais de 32% abaixo de 2019, período que antecedeu a crise provocada pela pandemia”, esclarece o Presidente da FENABRAVE, Andreta Jr.
Também os resultados de abril 2023 sobre o mês anterior ficaram abaixo das expectativas. Com 5 dias úteis a menos do que março, o mês de abril teve retração de 18,7%. Já no acumulado de 2023 sobre 2022, ainda que diante de uma base baixa, já que, no ano passado, havia falta acentuada de componentes na indústria, os emplacamentos de veículos tiveram alta de quase 18%. Se comparados os meses de abril 2022 e abril 2023, houve aumento de 9,7%. “O mês de abril (18 dias) teve 5 dias úteis a menos do que março (23), com dois feriados que caíram em sextas-feiras, afetando, também, o sábado. Isso impactou no resultado do setor como um todo”, diz Andreta Jr., Presidente da entidade. “Apesar desse fraco desempenho, alguns segmentos tiveram aumento de emplacamentos por dias úteis e já se recuperaram em relação à pandemia, o que não aconteceu com automóveis que, infelizmente, ainda apresentam queda real expressiva”, analisa.
Emplacamentos em abril e acumulado do ano
Avaliação por segmento
Automóveis e Comerciais leves
Os segmentos têm se mantido com resultados positivos no acumulado do ano, mas, para Andreta Jr., o cenário ainda é desafiador, se considerados os resultados obtidos em 2019, para a venda de automóveis e comerciais leves. “O crédito segue restrito e, junto com a perda de poder de compra da população, uma recuperação mais acentuada dos emplacamentos fica comprometida”, diz.
Automóveis e Comerciais Leves Eletrificados
Perto de alcançar 20 mil unidades em 2023 (foram 19.586 autos e leves eletrificados emplacados até abril), os segmentos acumulam alta de mais de 50% no ano. “Os emplacamentos de híbridos seguem com a maior participação, com alta de 93% sobre abril de 2022”, diz Andreta Jr.
Caminhões
De acordo com o Presidente da FENABRAVE, o segmento segue com oferta suficiente para
atender à demanda, apesar da mudança recente de tecnologia. “Abril foi o primeiro mês em que apenas unidades com Euro 6 puderam ser comercializadas. Mesmo com a mudança de tecnologia, hoje, os Concessionários não enfrentam problemas de disponibilidade de produtos e a queda acumulada se deve mais em função do menor número de dias úteis em abril”, afirma. Vale ressaltar que este segmento teve aumento no acumulado do quadrimestre, em 2023, sobre 2019 (+16,3%).
Ônibus
Houve retração no mês, mas, segundo o Presidente da FENABRAVE, o resultado não altera o cenário de recuperação paulatina dos emplacamentos de ônibus. “A evolução no ano ainda é significativa”, diz. “As grandes variações percentuais, em ônibus, são comuns, devido ao menor volume global de unidades na comparação com os demais segmentos”, opina. Um dos segmentos mais afetados pela pandemia, os ônibus têm se mostrado em evolução constante. “Para se ter ideia, foram emplacadas 8.332 unidades no 1º. Quadrimestre de 2019, contra 9.047 no mesmo período de 2023, numa expansão real de mais de 8,5%”, comemora Andreta Jr.
Implementos Rodoviários
Os emplacamentos de implementos se mantêm positivos em 2023. “O segmento segue com desempenho próximo ao que prevíamos para a primeira metade do ano, com cerca de 27 mil unidades emplacadas até o momento”, conta Andreta Jr.
Motocicletas
Segmento apresentou alta nos emplacamentos diários, confirmando o mercado aquecido, apesar da restrição no crédito, que permanece para financiamentos. “A procura por motocicletas se mantém alta, especialmente, as de menor cilindrada. No quadrimestre, foi um dos segmentos com o maior aumento em volume em relação a 2022 e também sobre 2019 (+35,7%)”, analisa o Presidente da FENABRAVE.
Motocicletas Eletrificadas
Os emplacamentos de motos elétricas somaram 560 unidades em abril, pouco mais da metade do resultado de março (1.022 unidades). “Ainda é um segmento em consolidação. No ano, são pouco mais de 2,6 mil unidades emplacadas”, conta o Presidente da FENABRAVE.
Tratores e Máquinas Agrícolas
Obs.: Por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de
defasagem, pois dependem de levantamento junto aos fabricantes.
A comercialização de tratores e máquinas agrícolas fechou o 1º trimestre, praticamente, estável em relação ao ano passado. “O segmento mostrou boa recuperação em março, após um primeiro
bimestre de ajuste de mercado. As boas perspectivas para o agronegócio mantêm as expectativas positivas para a venda de equipamentos para o campo. Vamos aguardar os resultados da Agrishow”, diz o Presidente da FENABRAVE.
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