• Indústria deve registrar alta de 18,8% na comparação com o ano passado
  • Emplacamentos devem atingir 1,35 milhão de unidades e exportações registrar alta de 10,3%

Pela segunda vez, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo revisou para cima as projeções para este ano. A nova perspectiva é de que as fabricantes do PIM (Polo Industrial de Manaus) produzam 1.420.000 motocicletas, volume 18,8% superior às 1.195.149 unidades fabricadas no ano passado.

O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, explica que, ao avaliar diversos fatores e a tendência para os próximos meses, aposta agora em uma retomada ainda mais forte do segmento. “As unidades fabris mantêm a curva de produção ascendente e o mercado pede por mais motocicleta”, diz.  “Hoje o consumidor procura por um veículo ágil, econômico e com baixo custo de manutenção para seus deslocamentos”, completa.

Fermanian destaca, ainda, o avanço dos serviços de entrega, que já vinha crescendo e ganhou impulso maior com a pandemia. “Muitas pessoas utilizam o modal como instrumento de trabalho, seja como fonte de renda ou para complementar o salário”, explica.

Com a nova previsão, o segmento de motocicletas deve ficar próximo aos patamares alcançados em 2014. Naquele ano, foram produzidas 1.517.662 unidades. “Ainda estamos bem distantes do recorde de 2,1 milhões de motocicletas produzidas em 2011. Mas acreditamos que, devido ao aquecimento do mercado, a indústria estará gradualmente retomando sua produção”, diz.

Ao avaliar o cenário econômico, Fermanian pondera que a associação está atenta às variáveis, como a alta da inflação e as taxas de juros, que comprometem o poder aquisitivo da população. “São fatores que podem fazer o consumidor deixar de adquirir um produto”, enfatiza.

A Abraciclo também revisou as projeções para as vendas no varejo e exportações. A nova estimativa é de que sejam licenciadas 1.350.000 motocicletas, aumento de 16,7% na comparação com as 1.156.776 unidades registradas no ano passado. Para as exportações, a projeção é que sejam embarcadas 59.000 motocicletas, volume 10,3% superior às 53.476 unidades exportadas em 2021.

Mais de 1 milhão de unidades produzidas

        As associadas da Abraciclo produziram 139.622 motocicletas em setembro e alcançaram o segundo melhor resultado do ano. O volume só foi superado pelas 145.852 motocicletas fabricadas no mês anterior (retração de 4,3%). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 28,2% (108.948 unidades). Esse foi o melhor desempenho para o mês desde 2013 (150.731 unidades).

        Com isso, a indústria superou a marca de 1 milhão de unidades em nove meses. De janeiro a setembro, 1.061.543 motocicletas saíram das linhas de montagem do Polo Industrial de Manaus (PIM), o que corresponde a uma alta de 18,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (896.558 unidades).

De acordo com levantamento da associação, esse é o melhor resultado para o período em oito anos. Em 2014, foram fabricadas 1.166.527 motocicletas. “Estamos bem próximos do número alcançado em todo o ano de 2019, antes da chegada da pandemia, quando foram fabricadas 1,1 milhão de unidades”, afirma Fermanian.

Vendas no varejo

Os emplacamentos de motocicletas também atingiram o segundo melhor resultado do ano em setembro. Foram licenciadas 123.641 motocicletas, atrás apenas das 133.344 unidades registradas em maio. Na comparação com o mês do ano passado, houve crescimento de 13,6% (108.816 motocicletas) e em relação a agosto, a alta foi de 4,3% (118.545 unidades). Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2011 (174.487 motocicletas).

Na avaliação de Fermanian, os números comprovam o movimento do mercado. “Estamos normalizando o abastecimento das revendas e atendendo o consumidor que espera por uma motocicleta. Ainda existe fila de espera para as modelos de baixa cilindrada e scooters, o que deve ser normalizado em breve”, destaca.

A média diária de emplacamentos em setembro, que teve 21 dias úteis, foi de 5.888 motocicletas. Na comparação com o mesmo mês de 2021, com um dia útil a menos, foi registrada alta de 8,2% (5.441 unidades). Em relação a agosto, com 23 dias úteis, houve aumento de 14,2% (5.154 motocicletas).

        Com 61.674 unidades e 49,9% de participação no mercado, a   Street foi a categoria mais licenciada em setembro. A Trail ficou em segundo lugar (24.421 motocicletas e 19,8% dos emplacamentos), seguida pela Motoneta (19.299 unidades e 15,6%).

Confira o ranking mensal por categoria:

As motocicletas de baixa cilindrada foram as mais licenciadas. De acordo com dados da Abraciclo, foram emplacadas 101.549 unidades, o que corresponde a 82,1% do mercado. Os modelos de 161 a 449 cilindradas ficaram em segundo lugar, com 18.033 unidades (14,6% dos licenciamentos), seguidos pelas motocicletas acima de 450 cilindradas (4.059 unidades e 3,3%).

No acumulado do ano, as vendas no varejo totalizaram 986.250 unidades, aumento de 17,3% em relação ao mesmo período de 2021 (840.971 motocicletas). Assim como a produção, esse foi o melhor resultado desde 2014, quando foram emplacadas 1.069.714 unidades.

Mercado por região

A região Norte foi a que registrou o maior crescimento porcentual no volume de emplacamentos em setembro. Foram licenciadas 15.914 motocicletas, volume 31,8% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (12.074 unidades).

Em números absolutos, a liderança é do Sudeste (48.129 motocicletas e 38,9% de participação do mercado). Na sequência do ranking, ficaram Nordeste (35.676 unidades e 28,9% do mercado), Norte (15.914 motocicletas e 12,9%), Centro-Oeste (12.433 unidades e 10,1%) e Sul (11.489 unidades e 9,3%).

No ranking do acumulado do ano, as três primeiras posições foram mantidas: Sudeste (382.997 unidades e 38,8% do mercado), Nordeste (290.579 motocicletas e 29,5%) e Norte (121.348 unidades e 12,3%). Em quarto lugar, ficou a região Sul (96.732 motocicletas e 9,8%), seguida pelo Centro-Oeste (94.594 unidades e 9,6%).

Exportações

Em setembro, as fabricantes do Polo de Manaus exportaram 5.786 motocicletas, o que corresponde a um alta de 18,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (4.872 unidades). Na comparação com agosto, no entanto, houve queda de 25,9% (7.807 motocicletas.

        Segundo levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os Estados Unidos foram o principal destino, com 2.010 motocicletas, o que corresponde a 28,4% do volume total embarcado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (1.832 unidades e 25,9% das exportações, seguida pela Colômbia (1.500 motocicletas e 21,2%).

        De janeiro a setembro, foram exportadas 43.670 unidades, volume 2,1% superior às 42.765 unidades registradas no mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com dados o Comex Stat, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal mercado, com 12.064 unidades e 28,6% dos embarques para o exterior. Na sequência, ficaram a Argentina (9.958 motocicletas e 23,6% do volume exportado) e os Estados Unidos (8.810 unidades e 20,9%).

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